Para quando um curso de certificação de Bloggers?!

Para quando um curso de certificação de Bloggers?!

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Há já alguns dias que andava para escrever sobre esta minha nova ocupação: ser Blogger. Como vos disse, descobri recentemente que é chique ser “Blogger”, e eu, uma ”triste sopeira” que pouco mais faz que andar à roda dos tachos, decidi mesmo adicionar esta ocupação no meu “CV” do Facebook.

Por motivos que mais adiante vos tentarei explicar, dei por mim a pensar mudar de nome aqui por estas bandas, ter um outro nickname mais em voga, no máximo 3 letras, como “Nia” (Bé, Mé, ou Ré!). Depois de muito pensar no assunto (pffs!), conclui que afinal o meu pai foi um visionário para a sua época no dia em que escolheu os nomes para os filhos!

Eu chamo-me Arménia Rua e o meu irmão Adérito. Diz ele que escolheu nomes pouco comuns começados por A para “não haver repetidos” e sermos sempre os primeiros nas listas. Ora, mal sabia o meu pai que um dia viria a existir uma coisa chamada “Internet” e uns tais de “Motores de Pesquisa” e que hoje até os nomes devem ser optimizados para SEO (Search Engine Optimization)! Só tive mesmo o azar de haver no Porto uma tal de “Rua Arménia”, ali para a zona da Ribeira…

Para além disso, por muito que eu até nem goste do meu nome, sempre me trouxe algumas vantagens: toda a gente o memoriza facilmente e, sempre que se joga um PORTUGAL – ARMÉNIA, todos os meus amigos e conhecidos pensam um bocadinho em mim (até eu!). Dá o anúncio do jogo na TV ou na Rádio e é automático, é um luxo!

Adiante, que este prefácio já vai longo.

Desde que a Groselha-espim nasceu, em 2012, tenho tido vários convites para parcerias com Bloggers, já lhes perdi a conta. No início, deixava os assuntos pendentes para análise, depois acabei por responder por igual a todas as pessoas, recusando os convites. Nunca tive tempo para analisar qual era o melhor dos blogs que me contactava e receava fazer más escolhas, era essa a minha justificação para a recusa. Por isso, nunca acabei por saber em que consistiam essas “parcerias” e qual seria a “moeda” de troca.

Nunca tive muito tempo para o meu feed de notícias do Facebook, restrinjo-me quase exclusivamente aplicação do Gestor de Páginas e pouco tempo dedico ao meu perfil pessoal. Admiro alguns Bloggers. Gosto imenso de pessoas que escrevem bem, que têm sentido de humor, como o Rapaz da Buraca no Por Falar Noutra Coisa, com quem me identifico em muitas publicações (talvez por ser ele de Informática!). Não sigo blogs de culinária, beleza, saúde, por exemplo.

Vida de Blogger não é fácil. É preciso ter OPINIÃO, e essa é a parte chata, és sempre preso por ter cão e por não ter. Também reflecti sobre isso antes de actualizar o meu CV. Cheguei à conclusão que como “sopeira de doces, agridoces e licores” já vou cultivando no meu quintal algumas invejas e ódios de estimação, e não seriam mais umas dúzias que me iriam fazer mal (até porque facilmente faço a sua conversão para “admiradores encapotados”).

Entretanto, de alguns meses a esta parte sou também membro de um grupo (fechado) de empreendedorismo, cujo nome não vou revelar, mas cuja actividade MUITO admiro. Neste grupo não é permitido fazer publicidade, contudo, de alguma forma todos os elementos a tentam fazer de uma forma discreta. Desde que o Facebook alterou o famigerado algoritmo, todos tentamos vários meios para conseguir aumentar o tráfego na nossa página de negócio. Eu também o tento fazer, confesso.

Em Janeiro um elemento do grupo, uma mulher, partilhou uma publicação onde dizia que “procurava marcas de produtos artesanais e gourmet de comida e bebidas”. Sem saber do que se tratava, lá vou eu colocar a hiperligação para esta página. O meu objectivo imediato foi mesmo aproveitar a deixa e publicitar (eu e todas as restantes 70 pessoas que comentaram, certamente).

Muito pouco tempo depois, a senhora contactou-me por mensagem privada. Apresentou-se como Blogger, com dois blogs diferentes, um deles com 71.000 seguidores, e outro, um seu projecto recente, para o qual pretendia a parceria. Acabámos por falar ao telefone, estava eu a caminhar. Falou-me então maravilhas dos seus blogs e de como estava empenhada neste seu novo blog.

Perguntei-lhe então quanto era preciso pagar para ser sua parceira e divulgar a minha marca. Surpresa, ela questionou-me se eu nunca tinha trabalhado antes em parcerias destas, ao que respondi que não, porque sempre tive dificuldade em escolher qual/quais as melhores parcerias e, por isso, nunca havia feito nenhuma. Respondeu-me que eu não teria de pagar nada, só teria de lhe enviar produtos (o/os que eu entendesse) e um texto de apresentação do meu trabalho, que ela faria um artigo.

– Ai é?! Olhe, estamos em Janeiro e estou com muito menos que fazer, por isso, ainda hoje lhe devo responder pelo Facebook a pedir a sua morada para lhe enviar os produtos.

Dar produtos é coisa que nada me custa, já ofereci tanta coisa! Alguns, claro, com o objectivo de alcançar certos mercados, mas outros só porque sim. Logo que cheguei a casa, fui visitar os ditos blogs… Disse para mim mesma: está mas é caladinha e arruma o assunto por aqui. Não lhe respondi propositadamente.

É assim: para se ter um canudo de Dr., Engº, etc. (normalmente!) existem Universidades/Institutos que certificam as nossas capacidades para exercer essa actividade mediante um processo de certificação, neste caso, a conclusão de um curso. Eu, Groselha-espim, para escrever “produto artesanal” nos meus artigos também tenho de ser reconhecida como artesã e a minha actividade como sendo artesanal, existe uma entidade que faz essa certificação, senão tenho a ASAE à perna (poucos sabem disto e abusa-se a torto e a direito por aí).

Ora, lamentavelmente, não há por aí nenhuma entidade que certifique Bloggers e depois há gente a escrever qualquer conteúdo e a publicá-lo na Internet. Viva a “Liberdade de Expressão”, por favor, que não seja eu mal-entendida, mas irra para a “Pretensão”. Balha-me Deus, um Blogger deve, no mínimo, escrever MENOS MAL!

Passados alguns dias, ela contacta-me:
– Olá! Sempre continua interessada na parceria que falámos dia 19 de Janeiro?
– Olá BBB (diminutivo chique e apelido pomposo, também quero!... ou não). Peço desculpa por não lhe ter dito mais nada.
– Boa tarde
– Mas depois acabei por visitar a sua página e o seu projecto e não me identifiquei muito...
– podia ter dito, obrigada na mesma
– Acabou por ter passado, peço desculpa. Desejo-lhe boa sorte no seu trabalho
– e ja agora diga-me só porque não se identifica não gosta do que escrevemos?
– Não me leve a mal por favor. Primeiro, porque tenho apenas 8500likes e as minhas publicações parecem ter mais alcance que as vossas.
– Ah Ok.Muito bem
– Vi que as suas fotos de conteúdos têm menos likes que as minhas, por exemplo. Há fotos cliché, com mensagens que têm visualização de qq maneira aqui no FB, outras não. Foi essencialmente por isso.

A troca de frases pelo Facebook terminou por aqui. Mas, estava eu a comer a minha saladinha do almoço e o telefone tocou. Era ela. Ficou indignada. Eu cá, mantive sempre o meu discurso “desculpe, mas não me identifiquei com o seu projecto”.

– Mas orienta-se pelos likes na fotos?! Olhe que nós temos 71.000 seguidores no Blog X e no nosso novo Blog Y já temos mais de 3000. Toda a gente adora o nosso Blog Y, temos recebido um feedback extraordinário. De facto, é a primeira pessoa que diz que não gosta da forma como escrevo…

.。oO ( Elah! Eu não disse isso… Olha que te está a fugir a boca para a verdade! ) e mantive o meu discurso:

– Lamento, mas não me identifico com o seu projecto…
– Por acaso leu a nossa última “Review”?! Olhe, agora quem não quer fazer mesmo a parceria sou eu!

A conversa ficou por aqui e, de certeza, ela pensou que eu não sabia sequer o que era uma “Review”.

Eu, de facto, às vezes nem pareço uma “gaja do Norte”... Deveria ter respondido (à krida) o que eu achei exactamente do Blog dela. Ter muitos likes nem sempre significa qualidade nas publicações, nos tempos áureos do Facebook isso comprava-se por uma bagatela. Claro, fazer Passatempos e Concursos também dá lucro, já que obriga os participantes a fazer “like”. Partilhar aquelas imagens com mensagens a dizer “Bom dia alegria”, “Bons Sonhos”, “Bem-vindo Março”, e as tais frases que eu chamo de cliché, dá sempre bué de partilhas e gostos.

Detesto essas frases feitas. Pior, pior, só mesmo no tempo em que não havia Facebook e se trocavam mails com vídeos e PPTs. Havia sempre uma ou outra amiga que enviava aquele PPT lindo de morrer com flores e frases magníficas sobre a amizade. Na altura, via-se o remetente e apagava-se logo o mail sem sequer ver o seu conteúdo. Hoje, subtilmente, escolhemos a opção de “ocultar publicações deste amigo” e facilita muito mais a coisa.

Por delicadeza, eu não disse tudo o que devia à “afamada Blogger”. Certamente, deve haver por aí outras/os mais da sua estirpe. Por isso, aqui vai a resposta que me ficou na alma:

– Cara senhora, para começar, sugiro-lhe que faça o rename do seu blog para “Queremos é tainadas e estadias à borliú!” e sim, li a sua “Review”. Notava-se perfeitamente qual era a parte do texto cedida pela marca e a que foi escrita por si. Fique também sabendo que aqui a “sopeira” também é “stora de TIC” e que se, porventura, fosse minha aluna, já estava chumbada!

– Sabe, na Escola Primária, no 1º ano, todos fomos ensinados que as frases e os nomes próprios começam por letra maiúscula. Já esqueceu?! Além disso, não se digita espaço antes dos pontos finais, vírgulas, interrogações, exclamações e afins. A seguir sim, há SEMPRE um espaço. A senhora nunca leu jornais, livros ou literatura fiável?! Sugeria-lhe que, na falta de melhor, escrevesse a sua “Review” no Word antes de a publicar. Esta ferramenta será muito sua amiga, pois sublinha a verde estas MUITAS calinadas que dá (e a vermelho outras mais)!

– Já no que diz respeito à escrita sem vírgulas, pontos finais e afins, quer-me parecer que é melhor informá-la que esse é um luxo ao qual só o nosso Nobel se pode dar! Para o comum dos mortais, na sua ausência um texto fica uma bela salgalhada.

– Vi algumas publicações suas onde divulgava umas “golas feitas ‘á’ mão” e “artigos de decoração para crianças”. Era “tudo giríssimo, umas fofuras, peças lindas de morrer, fofas demais, ai tanta fofura junta meu Deus! Quem quer diga eeeeeeuuuuuuuuu!”

– Neste último ponto, tenho de convir que é sempre bom interagir com os seus seguidores e colocar questões nas publicações. Haverá sempre um(a) ou outra/o totó a responder “eeeeuuuu” e isso dá maior visibilidade e alcance à sua publicação. Mas acha certo?! Está ali para divulgar, não está a oferecer o produto que, imagino, além de “fofo” deve ser “carérrimo”. Isso é gozar com o povinho!

– Mais lhe informo que, nas TIC, “justificar um texto” não é “dizer porquê”. Um texto justificado fica mais “clean” (chiça, a sopeira transcendeu-se, deve ter ouvido esta palavrita algures e disseram-lhe que era inglês).

e ,agora ,so para concluir:a escrever assim…também eeeeeeeuuuuu sou blogger !!!

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